segunda-feira, 20 de junho de 2011

Anhanguera adota Google Apps for Business





A Anhanguera Educacional deu nesta semana um passo para embaralhar os debates sobre os ambientes virtuais de aprendizagem (AVA) no país. Anunciou a adoção do ambiente Google Apps para todos os seus 310 mil alunos, sejam eles presenciais ou a distância, num contrato, segundo divulgado pela imprensa, de dezenas de milhões de reais. O Google Apps é um ambiente virtual que reúne diversos serviços oferecidos pelo buscador e que podem ser adaptados para a troca de conteúdo educacional. Contém atividades como formação de grupos, comunicação por e-mail, voz e imagem, troca de conteúdos, inclusive vídeos, e até um serviço que permite a vários alunos escreverem conjuntamente, e a distância, um mesmo texto em tempo real. A Anhanguera, que utiliza o ambiente virtual Moodle e por enquanto não deixará de usá-lo, considera que o Google Apps tenha potencial para tornar-se, a médio prazo, sua plataforma educacional. Até agora as instituições de ensino vinham se preocupando em como formular seus próprios AVA, inclusive adaptando sistemas às suas demandas. No novo modelo Anhanguera/Google, o ambiente de aprendizagem não pertence à instituição de ensino, cabendo a ela apenas a gestão do conteúdo, com uma terminologia e em ambientes familiares ao usuário final, porque já estão na internet há anos.

Para o professor Robson Santos Silva, diretor da Associação Brasileira de educação a Distância (ABED) e especialista no assunto, a inserção dos ambientes virtuais de aprendizagem na chamada “internet 2” é inevitável e tem potencial para colocar em discussão o uso do próprio Moodle, que hoje é o preferido no pais. “O que a Anhanguera fez foi adotar de forma rápida essa tendência, já que o próprio Moodle, que é o ambiente que as instituições estão aderindo com velocidade, também está assumindo uma intersecção com os grandes atores do ambiente da internet”, diz Santos Silva. Na sua versão 2.0, o Moodle incorporou diversos serviços do Google.

Para Luciano Sathler, diretor do Centro de Educação a Distância do Grupo Anhanguera, responsável por mais de cem mil alunos a distância (só em cursos de graduação e pós, sem contar os de extensão), a parceria com o Google não significa, por enquanto, que o novo ambiente assumirá o lugar do Moodle nos cursos de EAD. “Não abandonaremos o atual sistema a médio prazo. Estamos formando um setor de pesquisa que vai investigar o uso deste ambiente. Queremos saber como os professores vão utilizá-lo, que experiências serão bem ou mal sucedidas no seu uso”. Se os resultados forem positivos, afirma Sathler, a instituição considera a adoção integral do novo ambiente para EAD. Para ele, essa associação com o Google dá ao Grupo Anhanguera as vantagens do sistema de nuvem, o que permitirá “uma grande escalabilidade, pois os alunos poderão ter acesso muito mais facilitado ao conteúdo”.


Mais do que um sistema tecnológico, Sathler acredita que a nova parceria tem potencial para alterar mais rapidamente a maneira como se educa a distância no Brasil. Ele afirma que a parceria segue a filosofia da web 2.0, que com a maior acessibilidade, permitirá “a adoção de uma arquitetura da colaboração”, ou seja, os alunos serão estimulados a produzir em conjunto e a compartilhar conteúdos, assumindo cada vez mais o protagonismo da ação educativa. “Nosso objetivo é que o aluno ganhe mais autonomia enquanto o professor assuma a posição de zelador do pensamento crítico”. Os conteúdo veiculados no ambiente Google Apps da Anhanguera serão organizados em tags e em módulos, de modo a poderem ser acessados e trabalhados por diferentes grupos ou professores. “ Se temos professores que ministram o mesmo tema em diferentes partes do país, serão facilitadas ações para que eles criem juntos uma mesma aula, um objeto de aprendizagem ou uma publicação pedagógica”.

As conseqüências dessa parceria ainda não podem ser vislumbradas. Segundo Luciano Sathler, a própria parceria com a Anhanguera está sendo considerada um case mundial pelo Google, que pode a partir daí adotar inovações. Em seu portal, o Google informa que o Google Apps já foi adotado por instituições de ensino como Washington State University e Universidade de Miami. Apesar de ter adotado salvaguardas, como a manutenção temporária do Moodle e a organização e proteção de todo seu conteúdo, a Anhanguera se empenhará na viabilização do novo sistema. “Não há dicotomia entre educação e tecnologia, pelo contrário, ambos estão cada vez mais próximos”.

Mercado educacional

Além de proporcionar escala para o Grupo Anhanguera, com a possibilidade de ampliar seu número de alunos com o uso de um ambiente já familiar dos usuários da internet, a parceria também mostra a voracidade por novos negócios do buscador Google, que na semana passada anunciou a criação de um serviço, o Google Adds, que dará a produtores de contéudo recursos que permitam cobrar com mais facilidade pela leitura de suas produções, que atualmente podem ser acessados livremente pela internet. O especialista Robson Santos Silva afirma que o próprio Moodle, além de se aproximar do Google, também mostra-se cada vez mais um ambiente comercial, embora seja gratuito. “A gratuidade do Moodle gera diversos outros negócios em treinamento, softwares etc. Recentemente o departamento jurídico de uma instituição enquadrou o uso que ela vinha fazendo do nome Moodle, já que é um nome que traz benefícios aos seus admnistradores. O ambiente vem se tornando, naturalmente, cada vez mais comercial, e não só o Moodle. O setor educacional e sua intersecção com a tecnologia é um grande mercado”, diz ele.

Resta saber como o Moodle vai reagir ao avanço do Google num ambiente em que, até agora, é líder.


Google Apps for Business
ANHANGUERA EDUCACIONAL
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